Comenda Daltro – honras para a cultura popular lagartense
A noite da última segunda-feira, 18 de abril de 2022, foi memorável para os lagartenses. Em mais uma edição, depois de anos no ostracismo, foi realizada mais uma edição de Outorga da Comenda Daltro, criada em 2011, na gestão do prefeito José Valmir Monteiro. O evento aconteceu nas dependências da Faculdade AGES, contando com a presença de populares, homenageados, amigos e familiares dos homenageados, agentes culturais e autoridades municipais, a exemplo da prefeita Hilda Ribeiro, que também foi agraciada com a comenda.
Entre as personalidades e instituições que foram agraciadas com a Comenda Daltro 2022, estiveram: André Barbosa de Santana (professor e Presidente do Conselho Municipal de Cultura de Lagarto – estudioso de cultura popular), Claudinete Maria de Souza Santana (costureira e dançarina de Quadrilha Junina); Filarmônica Lira Popular de Lagarto (existente na cidade há mais de 100 anos); Grupo Folclórico Parafuso (tradicional grupo criado em Lagarto há muitos anos); José Antônio Prata Neto (artista plástico, com destaque para as duas últimas reformas do Santuário Nossa Senhora da Piedade); José Weliton de Menezes (contador, regente e cantor do Coral Santa Cecília – intérprete do Hino de Lagarto e do Hino da Padroeira); Josefa Edinalva Santos Dias (Dona Dalva costureira); Maria Ione do Nascimento (atual timoneira do folclore lagartense); Rotary Club de Lagarto (na ocasião representado pelo seu presidente, o empresário Reinaldo).
Além da Outorga da Comenda Daltro, a personalidades e instituições, ocorreu também a entrega da Moção de Reconhecimento aos Mestres e Mestras da Cultura Popular Lagartense. Os homenageados deste ano foram: Alaíde Maria de Jesus (04.06.1945 – pov. Campo do Crioulo – curandeira); Arlinda Aura de Souza Silva (11.05.1932 – pov. Urubutinga – rezadeira); Claudinete Maria de Souza Santana (25.03.1952 – costureira e dançarina de Quadrilha); Enoque Raimundo de Menezes (28.02.1950 – zabumbeiro); Filomena Amélia Neto (04.06.1950 – cozinheira de maniçoba); Hernane de Jesus Santos Batista (25.09.1989 – capoeirista); JOSé Adenilson dos Santos (19.09.1953 – artesão); José da Anunciação de Jesus (14.03.1939 – território quilombola do Saco do Tigre – rezador e zabumbeiro); José Hemegildo dos Santos (18.05.1934 – território quilombola do Campo do Crioulo – sabedoria e religiosidade popular); Joselita Maria de Vasconcelos Santos (11.05.1940 – mestra do fazer maniçoba); Luiz Neto dos Santos (19.09.1945 – Grupo Cultural Cangaceiros); Maria Batista de Almeida (23.07.1932 – pov. Barro Vermelho – rezadeira); Maria de Santana Fontes (Simão Dias, 27.03.1964 – artesã); Maria Etelvina dos Santos (território quilombola Pindoba – benzedeira, rezadeira e parteira); Maria Faustina de Jesus (12.08.1932 – território quilombola Pindoba – artesã de abanador e vassouras); Maria Ione do Nascimento (17.11.1952 – mestra do saber e do fazer, na área do Folclore e danças populares); Maria Orlane dos Anjos Ribeiro – 08.12.1952 – pov. Urubutinga – cozinheira); MARIA Terezinha Barbosa (14.11.1942 – território quilombola do Campo do Crioulo – conhecimento patrimonial espiritual); Paulo Manoel do Nascimento (28.04.1955 – território quilombola Madanela – rezador e fazedor de remédios naturais); Rivaldo Silva Santos, conhecido como Everalda, a Rainha do Folclore (09. 04.1960); Rosalina Maria de Jesus (20.09.1945 – território quilombola Crioulo – artesã); Sheila Margarete Santos Cruz (22.04.1979 – Paripiranga-BA – médium); Vera Lúcia de M. Silva (22.06.1947 – culinária tradicional); e Zulmira Maria de Jesus (território quilombola Crioulo – 16.11.1922 – artesã).
A ideia de concentrar as honrarias em sujeitos da cultura popular, alguns deles de origens afrodescendentes (quilombola) foi uma grande sacada e torna a Comenda Daltro ainda mais importante para o Município, além dessa valorização dos Mestres e Mestras da Cultura Popular. Esse retorno da premiação é significativo, pois além de dar visibilidade às pessoas que tanto se dedicam a Lagarto, também a ressignifica enquanto preito de reconhecimento dando à palavra notável um quê muito especial e democrático.